A qualidade de vida dos idosos está relacionada à possibilidade de se cumprir funções diárias básicas adequadamente, se sentir bem e viver de forma independente.
O envelhecimento é caracterizado por uma série de modificações fisiológicas e psicológicas que estão relacionadas, por sua vez, com alterações no estado nutricional.
A boa alimentação é uma preocupação constante também para a terceira idade, pois uma série de fatores, que se enumeram abaixo, podem causar deficiências importantes para o organismo:
• Problemas odontológicos:
a) falta dos dentes,
b) próteses antigas e mal ajustadas e,
c) doenças da cavidade oral e das gengivas.
• Problemas de deglutição:
a) dificuldade para engolir alimentos mais sólidos, devido a patologias da garganta e do esôfago.
• Perda ou diminuição do paladar e do olfato.
• Principais problemas psico-geriátricos:
a) depressão,
b) tristeza,
c) desânimo,
d) apatia e,
e) solidão.
• Uso de muitas medicações:
a) podem trazer muitos efeitos colaterais e perda de apetite,
b) problemas gástricos, como azia e a gastrite.
• Não ter quem prepare as refeições:
a) leva o idoso a preferir alimentos de mais fácil preparo e consumo, na maioria ricos em calorias e açúcar, pobres em vitaminas e proteínas.
No idoso com demência, o ato de alimentar-se pode ser ainda mais complicado, pois pela confusão mental e pela dificuldade de realizar até as mais simples tarefas, como ‘fazer seu próprio prato’ e levar o garfo à boca, pode gerar estresse, cansaço para ele e para seus cuidadores.
Acrescenta-se o fato de que, com o avanço da doença, o idoso tem cada vez mais dificuldade de mastigação e de deglutição de alimentos sólidos, o que pode provocar engasgos e tosse.
Desta forma é importante o cuidador observar quando o idoso engasga ou tosse ao comer, pois poderá estar iniciando um quadro de disfagia (dificuldade de engolir), mais comum em fases mais tardias da doença de Alzheimer.
O controle do peso do idoso é fundamental e deve ser feito mensalmente.
Na doença de Alzheimer e nas outras patologias que cursam com demência, em fases mais avançadas, os idosos podem apresentar perda de peso, lenta e gradual, mesmo com a dieta correta e adequada.
Imagine com uma dieta errada e inadequada?
Portanto, todo o processo do ato da alimentação tem que ser bem planejado.
A seguir algumas dicas importantes e fáceis de aprender e aplicar, para facilitar a boa interação com o idoso.
DICAS e RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS:
• A alimentação deve ser adequada e completa para atender às necessidades nutricionais;
• Fazer de 5-6 refeições/dia de pequenos volumes, mais concentrada em calorias e nutrientes e bem diversificadas, para assegurar todo o aporte de vitaminas e sais minerais;
• Cuidar da apresentação dos pratos e estimular a experimentação de novos sabores e sensações;
• É primordial manter uma boa higiene bucal, cuidar da hidratação e da umidade da mucosa bucal e da língua;
• Manter uma rotina e uma regularidade nos horários das refeições para minimizar as possíveis distrações (não ligar a televisão durante as refeições);
• Utilizar utensílios adequados, como pratos que se fixem na mesa (com ventosas) e talheres de plásticos para evitar a autolesão;
• Durante as refeições, o paciente deverá estar sentado com a inclinação correta da cabeça para favorecer a deglutição;
• Adaptar a consistência para melhor mastigação e deglutição e evitar grumos, espinhas e cascas duras para o paciente não engasgar;
• Beber água suficiente, principalmente para evitar os engasgos.
Evitar administrá-la no período da noite e, em caso de disfagia a líquidos, usar espessantes;
• Se houver alterações na deglutição deve-se modificar a consistência dos alimentos sólidos e líquidos, utilizando alimentos com textura modificada e/ou espessantes (não mesclar texturas diferentes);
• Usar temperos naturais como alho, cebola, cebolinha, cheiro verde, salsa, orégano e outros.
Deve-se evitar o sal.
• Como medida de prevenção da constipação, assegurar quantidade suficiente de água, exercícios físicos regulares e alimentos ricos em fibras ou suplementos;
Se o aporte de nutrientes for insuficiente, será necessário utilizar purê enriquecidos;
• Os alimentos devem estar sempre em temperatura adequada.
Em fases mais avançadas, o paciente não consegue distinguir o quente do frio, estando por isso mais exposto a lesões.
Referências: Nestlé Nutrition; http://www.vitaesaude.com.br;
http://stanleykeynes.blogspot.com.br
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